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Viver mais é uma conquista – e também um convite à aceitação

  • Foto do escritor: Isadora Zaniboni
    Isadora Zaniboni
  • 11 de abr.
  • 2 min de leitura

O aumento da longevidade é uma das maiores vitórias da humanidade. Nunca vivemos tanto. Com bons hábitos, acesso a cuidados de saúde, alimentação adequada e prática regular de exercícios, podemos adiar muitas doenças e manter uma boa qualidade de vida por décadas. Mas é importante reconhecer uma verdade que muitas vezes é evitada: mesmo fazendo tudo “certo”, se formos centenários — e cada vez mais pessoas serão —, em algum momento vamos precisar de cuidado.


Essa dependência não é sinal de fracasso. É parte natural do ciclo da vida. Não importa o quanto cuidemos da nossa saúde: o corpo muda, a mente muda, e a autonomia total pode, sim, dar lugar à necessidade de apoio. E tudo bem. Precisar de ajuda não é fraqueza, é parte da condição humana.


A escritora bell hooks fala sobre uma interdependência saudável, em que o cuidado mútuo é fonte de força e conexão, e não de vergonha ou peso. Essa visão é essencial para pensarmos o envelhecimento com resiliência. Quando aceitamos que viver mais trará consigo momentos de vulnerabilidade, podemos nos preparar com mais leveza, responsabilidade e até afeto.



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Para ter um bom envelhecimento temos que nos preparar fisicamente sim! Mas também emocionalmente para todas essas mudanças que - se tudo der certo - vão acontecer.


Em cidades como Florianópolis, onde a qualidade de vida atrai cada vez mais pessoas maduras e longevas, é urgente falarmos sobre isso. Aqui, muitos envelhecem bem, com autonomia, caminhando à beira-mar, socializando, se cuidando. Mas também precisamos falar sobre o depois — sobre o cuidado que pode ser necessário, sobre a rede que precisamos construir para que esse envelhecer siga sendo digno e humano, mesmo quando vier acompanhado de dependência.


Devemos, sim, investir na prevenção, mas também construir redes de apoio, preparar nossa mente e nossas relações para a possibilidade (e até a certeza) de um cuidado futuro. Porque viver muito é um privilégio — e depender de alguém, em algum momento, é apenas parte da jornada.


 
 
 

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