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Ômega-3: quando ele realmente é indicado e quando não faz diferença

  • Foto do escritor: Isadora Zaniboni
    Isadora Zaniboni
  • 7 de out.
  • 2 min de leitura

O ômega-3 é um dos suplementos mais populares do mundo. Visto como um “aliado do coração”, ele é frequentemente associado à ideia de que faz bem para tudo: desde melhorar a memória até prevenir infarto.Mas será que realmente precisamos tomar ômega-3? E, mais importante, em quais situações ele de fato funciona?


O que é o ômega-3?

O ômega-3 é um tipo de gordura saudável presente em peixes como salmão, sardinha e atum, além de sementes e oleaginosas. Existem vários tipos, mas os principais são:

  • EPA (ácido eicosapentaenoico)

  • DHA (ácido docosa-hexaenoico)

Esses ácidos graxos participam de processos anti-inflamatórios e podem ajudar a proteger o coração — mas apenas em contextos muito específicos.


O que dizem as evidências científicas

De acordo com as Diretrizes Brasileiras e Europeias de Dislipidemia, o ômega-3 não deve ser usado como suplemento para qualquer pessoa.A única situação em que ele mostrou benefício foi em pacientes que:

  • Já usam estatina em dose adequada;

  • Mantêm os triglicerídeos elevados (acima de 150 mg/dL);

  • Utilizam a formulação purificada de EPA (2g duas vezes ao dia).


Essa versão, usada nos estudos que mostraram resultados positivos, não está disponível no Brasil. Ou seja, os suplementos comuns vendidos em farmácias ou lojas de produtos naturais não oferecem o mesmo benefício.


O que não funciona

Os produtos que combinam EPA e DHA em doses baixas — como a maioria dos suplementos de ômega-3 — não reduziram o risco de infarto, AVC ou mortalidade cardiovascular nos grandes estudos.Eles também não mostraram efeito relevante sobre memória, humor ou inflamação, apesar do que muitas propagandas afirmam.


E o que realmente ajuda o coração?

Se o objetivo é proteger o coração, o que faz diferença é:

  • Controlar colesterol e pressão arterial;

  • Praticar atividade física regular;

  • Manter uma alimentação equilibrada, com peixes de água fria 2x por semana;

  • Evitar o tabaco e o excesso de álcool;

  • Usar medicações comprovadas, quando indicadas pelo médico (como estatinas).


O ômega-3 tem seu valor, mas não é para todos. Seu uso deve ser reservado a casos específicos, sempre sob orientação médica.Para a maioria das pessoas, o melhor “ômega-3” vem do prato: uma alimentação saudável e rica em peixes, vegetais e boas gorduras continua sendo a forma mais segura e eficaz de cuidar do coração.

 
 
 

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